A mobilização do funcionalismo público segue crescente em torno da pauta de reajuste salarial. Servidores públicos federais de diversos setores estão construindo o movimento grevista, aderindo paralisações e atos em Brasília e outras cidades do país. Desde o final de março os servidores do INSS e do Ministério do Trabalho e Previdência estão em greve. Os servidores do Banco Central seguem em greve há mais de 50 dias, tendo suspendido por um período a paralisação com expectativa de negociar com o governo, porém, sem resposta, retomaram a greve no dia 3 de maio.

Os servidores da educação também estão se incorporando ao movimento de greve. O SINASEFE, entidade sindical representativa dos servidores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e do Ensino Básico Federal, protocolou ofício na última quarta-feira, 11, informando ao governo que a categoria deliberou por deflagrar movimento grevista por tempo indeterminado, com início no dia 16 de maio.
Os funcionários do Tesouro Nacional poderão entrar em greve na próxima semana. Na última sexta-feira, 13, foi votado em assembleia do Unacon Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle) indicativo de greve, com paralisação das atividades no dia 17 de maio e servidores começaram a entregar cargos de chefia e comissão. Segundo o Unacon Sindical, mais de 150 dos 180 funcionários públicos que ocupam cargos de chefia e comissão no órgão já pediram exoneração. Os servidores do Tesouro voltam a se reunir no dia 17 para votar a decisão sobre a greve, que se for aprovada, deve começar entre 20 e 23 de maio.

Construção da greve

Com algumas categorias com salários congelados há mais de cinco anos, o movimento grevista dos servidores federais se iniciou em janeiro deste ano. As categorias reivindicam reajuste salarial emergencial de 19,99% para recompor as perdas salariais acumuladas nos últimos três anos do governo Bolsonaro. O governo, por outro lado, não se reuniu formalmente com as categorias para negociar um reajuste e sinalizou uma recomposição de 5%, montante que não atingiria as perdas inflacionárias relativas ao ano de 2022.
Os Fóruns Nacionais representantes dos servidores federais, FONASEFE e FONACATE, reiteram a exigência de 19,99%, reafirmam que o valor sugerido de 5% é completamente insuficiente e que o sentimento geral das categorias é de desvalorização do servidor público por parte governo. O movimento de servidores indica que deve intensificar a mobilização.

Próximas mobilizações

No dia 19 de maio estão programados atos em todo o Brasil em defesa da bandeira pelo Reajuste Já. No dia 21 de maio, às 14h, ocorrerá a Reunião Ampliada Unificada da Educação, de modo híbrido, com objetivo de articular uma pauta de reivindicações da Educação Federal e consolidar a construção da Greve da Educação de forma unificada. No dia 31/05 haverá ato em Brasília com concentração no Espaço do Servidor e caminhada até o Bloco P pela manhã e uma Audiência no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados pela tarde. Além disso, uma vigília no Ministério da Economia permanece semanalmente.