O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, resgata o processo de luta da última campanha salarial da categoria e destaca as recentes conquistas e desafios para o próximo período.
O Sinal apresentou ao governo federal as reivindicações da categoria ainda em janeiro de 2023, entre elas, reajuste salarial de 44% diante das perdas acumuladas nos últimos anos, mudança de nome do cargo de analista para auditor e reconhecimento em lei da carreira como exclusiva de estado.
Outras categorias, como dos servidores ,como dos servidores federais da educação, seguem em greve por reajuste ainda em 2024. A conquista dos servidores do Banco Central é uma importante vitória que sinaliza para o conjunto das categorias do funcionalismo público possibilidade de reajuste ainda esse ano.
Confira no bate papo com Fabio Faiad os detalhes da luta dos servidores do Banco Central que resultou em conquistas importantes para a categoria.
1 – Fala um pouco pra gente como foi a recente luta da categoria.
Apresentamos para o governo a nossa pauta em janeiro de 2023. Já no primeiro semestre de 2023, fizemos paralisações parciais pontuais. No segundo semestre, a partir de 3 de julho, fizemos a chamada operação-padrão e, então, foi aberta a Mesa de Negociação.
Em dezembro do ano passado, decretamos estado de greve e, em 11 de janeiro deste ano, fizemos uma greve de 24h. Foi quando o Governo apresentou a primeira proposta.
Como a proposta era insuficiente, fizemos em fevereiro uma nova greve de 48h, nos dias 20 e 21. E conseguimos que o governo apresentasse uma proposta financeira melhor.
Após mais duas rodadas de negociações, chegamos à proposta final.
2 – Qual foi o acordo firmado com o governo?
Assinamos o acordo no dia 26 de abril. O acordo firmado inclui nova tabela com até 23% de reajuste dividido em 2 parcelas (jan/2025 e maio/2026); mudança do nome de Analista para Auditor com a inclusão de prerrogativas a mais para o exercício do cargo; e permissão da continuidade de discussões dos pontos não salariais mesmo depois de assinado o acordo.
3 – Qual sua avaliação desse processo?
A avaliação é que, apesar das muitas adversidades, conseguimos um bom acordo. O ponto negativo foi a intransigência do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos em tratar das questões não salariais importantes, como a reivindicação do reconhecimento em lei da carreira como exclusiva de estado e da exigência de nível superior para carga de técnico. Pautas que vamos seguir batalhando para conquistarmos!
4 – Qual a importância da unidade com outras categorias do serviço público federal para o próximo periodo?
Entendo que a luta conjunta é necessária. Fóruns como Fonasefe e Fonacate são relevantes para a troca de informações e para a definição de estratégias comuns de negociação e mobilização.