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Bruno Pereira era servidor público pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e comandava a Coordenadoria-Geral de Índios Isolados. Nessa época ele ficou famoso por chefiar a maior expedição para contato com indígenas isolados em 20 anos. Nosso amigo indigenista denunciou ações de garimpeiros em região de índios isolados como a reserva Yanomami e também manifestava sua insatisfação com a entidade por haver frequentes cortes orçamentários na coordenadoria.
Após ações efetivas contra o garimpo, Bruno foi exonerado sem motivos técnicos, a suspeita é que sua demissão tenha relação política. Na reportagem dada para o Brasil de Fato, ele faz duras críticas a nova gestão constituída pelo governo do Bolsonaro:
“As pessoas que estão dentro da Funai nunca trabalharam com indígenas na vida, as pessoas não entendem o que é uma discussão indigenista. Eu sinto que há um ranço, rancor, são medidas vingativas. Isso está minando o trabalho indigenista.”
Já exonerado do cargo, Pereira se juntou a uma ONG Unijava (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) para continuar estudando os povos originários e garantir sua proteção.
Ontem servidores públicos da FUNAI anunciaram greve e na nota esclarecem que o motivo principal é a garantia de segurança aos trabalhadores:
“O Presidente da Funai, Marcelo Xavier, se recusou a garantir a segurança dos servidores e ainda caluniou e criminalizou o servidor Bruno Pereira, os servidores do Vale do Javari, e a UNIVAJA.”
Isso acontece quando o serviço público é operado por interesses políticos com a finalidade de beneficiar o establishment nacional mesmo que o preço seja o genocídio indígena, a crise ambiental e a insegurança para aqueles que pretendem lutar a favor do povo brasileiro.